terça-feira, outubro 11, 2005

volta-se


Meus caros, volta-se porque se tem saudade
Porque se foi feliz intimamente
Volta-se porque se tocou o inocente
E porque se encontrou a tranqüilidade

A despeito da vida que acorrente
Volta-se, volta-se para a sinceridade
Volta-se sempre, tarde ou de repente
Na alegria ou na infelicidade.

E nada como esse apelo da lembrança
Para se transfigurar numa esperança
Essa desolação que uma alma leve

Fernando Pessoa